Trabalhadores da Embraer negam nova proposta
Funcionários da Embraer negaram nesta terça-feira (8) a nova proposta salarial apresentada pela empresa e podem entrar em greve ainda esta semana. A negociação, comandada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estao de São Paulo) em nome da fábrica, propôs congelamento do salário e um abono que varia de R$ 7 mil a R$ 9 mil. Os trabalhadores pedem 11% de reajuste.
A proposta foi rejeitada em assembleia no início desta manhã. A venida dos Astronautas e a entrada via bairro do Putim, principais acessos à fábrica, foram bloqueados, atrasando a entrada de carros e ônibus em até duas horas.
O antigo abono era de R$ 4 mil. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, a empresa tem até sexta-feira para apresentar uma nova proposta aos funcionários. Se os valores não forem acordados, a categoria pode entrar em greve -- ao todo, são cerca de 13 mil trabalhadores na fábrica.
No mês passado, 1.642 metalúrgicos aderiram ao PDV (Programa de Demissões Voluntárias) da empresa. A meta da Embraer é economizar US$ 200 milhões (cerca de R$ 650 milhões) por ano com as demissões e outras medidas para cortar custos, como redução de estoques.
“Os trabalhadores estão sendo demitidos para que a Embraer pague a multa gerada em razão de corrupção cometida pela alta cúpula da empresa. Isto é inaceitável e, portanto, temos de ter nossos empregos garantidos. O Sindicato está seguindo a vontade dos trabalhadores, de reajuste salarial e estabilidade”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.
Outro lado. De acordo com a Embraer, a nova proposta representa um aumento de 75% a 125% no abono anterior, e que o valor equivale a um salário nominal, com piso de R$ 7 mil. "Mesmo assim, o Sindicato recusou ainda na mesa de negociação, antes mesmo de levar para votação de sua base. A Embraer respeita o direito à livre associação e manifestação por parte de seus colaboradores", disse a nota enviada pela empresa, que também reprovou e lamentou 'veementemente' as ações do Sindicato na condução das negociações.