Metalúrgicos da Embraer aprovam lay-off

Os metalúrgicos do primeiro turno da Embraer, em São José dos Campos, aprovaram em assembleia realizada nesta terça-feira, 20, a proposta de lay-off apresentada pela empresa. Ao todo, 1.080 trabalhadores terão os contratos suspensos entre dois e cinco meses, em sistema de rodízio, de janeiro de 2017 a dezembro de 2018.

Inicialmente, a Embraer pretendia que o programa de lay-off englobasse 2.000 funcionários, mas, após negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o número foi reduzido para 1.080.

Em nota, o Sindicato informa que será realizada uma nova votação às 15h30, agora com os trabalhadores do segundo turno. Se a aprovação for confirmada, o lay-off será feito por grupos e atingirá apenas a equipe de produção.

Segundo o Sindicato, o lay-off englobará 600 trabalhadores da área aviação comercial, divididos em 12 turmas de 50 pessoas, e 480 funcionários da área de montagem da aviação executiva, divididos em oito grupos de 60.

Durante o período de suspensão temporária do contrato, o governo federal pagará uma bolsa no valor de R$ 1.573 a cada trabalhador. A diferença entre essa bolsa e o salário ficará sob responsabilidade da Embraer, garantindo o rendimento integral aos funcionários.

Todos também terão direito a 13º salário, PLR e o reajuste salarial previsto na Convenção Coletiva, além de garantias de estabilidade no emprego pelo período em que permanecerem com o contrato suspenso por mais três meses após o retorno à fábrica.

"No último ano, a Embraer envolveu-se em corrupção e tentou jogar a conta nas costas dos trabalhadores, com demissões e achatamento de salários", diz, em nota, o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva. "O lay-off é mais uma forma adotada pela empresa para economizar. Mas o Sindicato vai exigir que o governo federal adote uma postura mais firme contra essa política da Embraer e garanta estabilidade de emprego para todos".

Segundo a Embraer, o lay-off é uma alternativa para diminuir temporariamente os custos, contribuindo para que a empresa "ultrapasse o período de baixa demanda e ociosidade passageira, para continuar a produzir normalmente em um cenário mais favorável".

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