SJC: Queda na venda de imóveis em 4 anos

O mercado imobiliário de São José dos Campos sofreu redução de 66% nas vendas entre 2012 e 2016. Se há quatro anos a média mensal era de 300 unidades vendidas, hoje são 100 imóveis comercializados por mês.

Essa retração atinge em cheio as construtoras e, consequentemente, os empregos na construção civil. Ao menos três grandes empresas do ramo deixaram de construir na cidade desde o ano passado e passaram a investir em outros municípios da região.

Os grupos Marcondes César, Cisa Construtora e Incorporadora e HS Tressoldi estão com seus projetos parados para São José.

Dois fatores contribuíram para a paralisação do setor. A queda vertiginosa na venda de imóveis novos, gerada pela crise econômica, e o impasse em torno da nova Lei de Zoneamento de São José.

As empresas que ainda mantêm os investimentos na cidade estão com equipe enxuta.

"Muitas estão só com equipe técnica, com pessoal de escritório e engenheiro. Mas não é possível ficar assim por muito tempo", afirmou o engenheiro Francisco de Oliveira Roxo, secretário da Aconvap e empresário do ramo.

Impacto. De acordo com ele, as funções mais atingidas são a de carpinteiro de obras e armador de ferragem. "Esses profissionais são os que entram primeiro na obra. Depois é que começa o acabamento. Eles estão ficando sem serviço, porque não começam novas obras na cidade", completou Roxo.

Estoque. Reportagem de O VALE, publicada na edição de ontem, mostrou que a crise no setor imobiliário ameaça criar um gargalo entre a oferta e a demanda por imóveis em São José nos próximos 14 anos. Estudo da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba) aponta que a cidade precisa construir, em média, 4.000 imóveis por ano até 2030 para suprir o déficit habitacional.

"Na média histórica de São José dos Campos, em 2012, a cidade vendia 300 imóveis por mês, enquanto atualmente são 100 imóveis. Ou seja, em 10 ou 12 meses teremos o término dos nossos estoques", afirmou o vice-presidente de Mercado e Economia da Aconvap, Fabrizio Rossi Julio.

O estoque para venda na cidade hoje é de 1.546 imóveis. Desse total, 884 estão prontos. A expectativa é que até o fim de 2016 sejam concluídas mais 341 unidades. Em 2017, mais 43. E outras 278 em 2018. A partir de 2019, no entanto, não estão previstos imóveis.

O maior estoque de imóveis se concentra na zona sul, com 558 unidades, seguido pela zona oeste, com 509. A pior situação é na zona norte, que não tem imóvel em estoque. Na zona leste, são só 8 unidades.


Setor pode fechar 30 mil vagas até 2018

A Aconvap estima o fechamento de 29,8 mil empregos diretos e indiretos na construção civil até 2018, em São José, caso a cidade não volte a aprovar novos empreendimentos imobiliários para atender à demanda por novas unidades habitacionais.

Empregos indiretos levam em conta trabalhadores de empreiteiras e corretores de imobiliárias, por exemplo.

Diretos. Já em relação aos empregos diretos, o setor poderá extinguir 9.960 empregos na cidade até o fim de 2018. Para chegar a esses números relacionados ao emprego, a Aconvap faz o seguinte cálculo: para cada emprego direto, outros três indiretos estão associados. As informações são do Jornal O Vale.

 

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