Duplicação da Oswaldo Cruz vai custar 83,7% mais
A obra de duplicação de um trecho de cinco quilômetros da Rodovia Oswaldo Cruz nem saiu do papel, mas o seu custo estimado praticamente dobrou.
Anunciada em agosto de 2013 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a obra custaria inicialmente R$ 35 milhões –esse foi o valor divulgado em agosto de 2014, quando foi aberta a licitação para contratar a empresa responsável pela elaboração do projeto executivo.
Agora, no entanto, o valor foi revisto: chegou a R$ 64,3 milhões, acréscimo de 83,7% ou R$ 29,3 milhões.
Em nota, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) justificou a alteração. “Uma das finalidades do projeto executivo é, também, determinar o valor orçado das obras, com base nos serviços e materiais a serem empregados. O valor inicial foi estimado com base em estudos. O valor atual foi apontado pelo projeto, além de sofrer reajustes anuais”.
A inflação oficial registrada no período foi de 14,47%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
PROJETO/ A duplicação, anunciada em 2013, seria contrapartida do Estado à obra de prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto, que liga a capital a Taubaté, e que vai ser estendida até a Oswaldo Cruz. O ‘encontro’ das vias será na altura do km 5 da rodovia que liga Taubaté até Ubatuba.
Em 2013, a promessa era de que a duplicação seria de sete quilômetros, no trecho urbano de Taubaté — esse trecho recebia, na época, cerca de 17 mil veículos por dia.
Já em 2014 o projeto foi alterado, passando a cinco quilômetros de duplicação — do km 0 ao km 5.
ATRASOS/ Reivindicação antiga de motoristas e políticos de cidades cortadas pela rodovia, o projeto de duplicação vem sofrendo constantes atrasos.
Quando foi anunciado, em agosto de 2013, a promessa era lançar em um mês a licitação para a contratação da empresa para a elaboração do projeto executivo da obra.
Isso só aconteceu um ano depois. Nessa etapa devem ser definidas questões como o custo da duplicação, prazos, impacto ambiental e o número de desapropriações que serão necessárias — o trecho passa por bairros populosos como Belém, Jardim Eulália, Jardim Julieta e Campos Elíseos, onde é grande o número de residências e comércios às margens da rodovia.
A entrega do projeto executivo já sofreu quatro atrasos.
Inicialmente, o projeto deveria ser entregue em junho de 2015, mas o prazo foi dilatado para setembro. Depois, foram duas novas prorrogações, para dezembro e janeiro. Agora, a previsão é que o estudo seja entregue até o fim de março.
Especialista cobra mais obras
Para o engenheiro civil Jairo Borriello, a duplicação do trecho inicial da Oswaldo Cruz é fundamental, em razão do prolongamento da Carvalho Pinto.
“A duplicação é importante nesse trecho, pois vai haver um aumento de tráfego, inquestionavelmente”, analisou.
O especialista cobrou, no entanto, que as melhorias não fiquem restritas ao trecho inicial da Oswaldo Cruz.
“É importante que não se esqueçam do km 6 em diante. Se você tem um rio grande que desemboca em um rio pequeno, vai transbordar”, alegou o engenheiro, que também é vereador em São Luís do Paraitinga, pelo PPS.
Borriello argumenta que a melhoria no restante da rodovia não precisa ser, necessariamente, uma duplicação. Poderia ser, por exemplo, a transformação de trechos de acostamento em faixas reversíveis.
“Isso possibilita aumentar o fluxo, quando for necessário. O problema de rodovias de faixa única é a ultrapassagem”.
A Oswaldo Cruz costuma registrar pontos de lentidão e congestionamento durante feriados prolongados. As informações são da Gazeta de Taubaté.