Cabral é denunciado pela 10ª vez na Lava Jato

Ao lado da ex-mulher, do irmão, e de mais três, Sérgio Cabral é acusado de atuar em esquema para lavar R$ 1,7 milhão de propina da FW Engenharia
A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro denunciou, pela nona vez, o ex-governador do estado Sérgio Cabral. Preso desde novembro do ano passado, o peemedebista também já foi denunciado pelo Ministério Público Federal no Paraná.

A nova denúncia contra Sérgio Cabral diz respeito a suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a construtora FW Engenharia e uma empresa registrada no nome da ex-mulher de Cabral, Suzana Neves – também denunciada pelo MPF-RJ. Além do ex-governador e de Suzana, também são alvos da denúncia o dono da empreiteira, Flávio Werneck; o contador da empresa, Alberto Conde; o irmão do ex-governador, Maurício Cabral; e Carlos Miranda, apontado como um dos operadores do esquema.

De acordo com as investigações, o esquema teria lavado R$ 1,7 milhão em propina paga pela FW em contrapartida por benefícios em contratos firmados com o governo do Rio durante a gestão de Cabral. O MPF alega na denúncia que o volume de contratos da empresa com o governo fluminense aumentou 37 vezes no período entre 2007 e 2014 e incluiu obras expressivas, como a urbanização do Complexo de Manguinhos.

Suzana Neves
As irregularidades motivaram operação deflagrada pela Polícia Federal no dia 8 do mês passado, ocasião na qual endereços ligados a Suzana Neves foram vasculhados. A ex-primeira-dama do Rio de Janeiro teria usado sua empresa (Araras Empreendimentos Consultoria e Serviços Ltda.) para ocultar a origem ilícita de R$ 1,2 milhão por meio de 31 transferências bancárias no período de 2011 a 2013.

As transações tinham como origem contas ligadas ao grupo de empresas da empreiteira FW Engenharia , por intermédio da Survey Mar e Serviços Ltda, e aportavam na conta da empresa de Suzana a título de "serviços de consultoria", porém em valor quase duas vezes maior que a sua renda bruta declarada.

Já a empresa do irmão do ex-governador, Maurício Cabral, teria recebido cheque também da Survey Mar no valor de R$ 240 mil em novembro de 2011.
A denúncia pede a condenação de Cabral, Flávio Werneck e Alberto Conde por 36 atos de lavagem de dinheiro, divididos em três episódios, e a condenação de Suzana Neves por 31 atos de lavagem, de Maurício Cabral por um ato e de Carlos Miranda por quatro atos, cada um em um episódio.

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