Estudo mostra números de contratos suspensos ou alterados no Vale
O departamento econômico do Sincovat (Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté e região) mostra que o número de acordos entre empregados e empregadores, previsto na MP 936/20, superou os 196 mil entre o início de abril e a primeira semana de julho no Vale.
Os dados são referentes ao acumulado dos 39 municípios que compõem a região. Dos tipos de adesão, 48,9% foram acordos para suspensão de contratos, 19,2% foram reduzidos salários e jornada de trabalho em 25%. Além desses, 15,4% foram restringidos em 70% e 15% foram reduzidos em 50%.
Segundo o Sincovat, a MP foi utilizada por 18.214 empresas, cerca de 35% dos empregadores da região e atingiu 30% dos trabalhadores, sendo 47% do setor de serviços, 29% na indústria e 23% no comércio.
O estudo do Sincovat revelou ainda que, entre acordos firmados desde abril, 31,7% foram com colaboradores com idade até 29 anos; 31% com faixa etária entre 30 e 39 anos; 23% entre 40 e 49 anos e 14,3% acima dos 50 anos de idade, sendo 55% homens e 45% mulheres.
Para o presidente do sindicato, Dan Guinsburg, a Medida Provisória foi fundamental para dar sobrevida às empresas, mas ressaltou que a economia precisa reagir. “Não tenho nenhuma dúvida que, se essa lei não estivesse sido editada, teríamos um número muito maior de desempregados na região.
Nos preocupa que essa prorrogação vai trazer uma estabilidade para os empregados e, lá na frente, se a economia não melhorar, o cenário vai complicar ainda mais e teremos muitas demissões”, disse.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prorrogou na última semana o período em que as empresas poderão suspender contratos de trabalho e reduzir salário e jornadas, elevando para 120 dias.
Segundo os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a pandemia do coronavírus fez o Vale do Paraíba cortar 24 mil empregos de janeiro a maio deste ano.